Autismo Severo: Causas, Sintomas, Como trabalhar, Tratamento

O autismo severo é um desafio por trazer crises de ansiedade, agressões e automutilação

O autismo severo é um desafio por trazer crises de ansiedade, agressões e automutilação. Tratamento e terapia são importantes na vida funcional do indivíduo.

Causas do autismo severo

O autismo atualmente se enquadra dentro do Transtorno do Espectro Autista, trazendo limitações na área social, de linguagem e movimentos estereotipados. Cada criança autista tem um perfil, enquanto uns são extremamente apáticos outros tem crises de agressões, automutilação, se desorganizando com qualquer que seja o estímulo externo.

Não há uma causa especifica para qualquer grau de autismo, mas há evidências que exista predisposição genética. Muitas teóricas são estudadas, como o uso de tecnologia ainda durante período de gestação, pois a radiação emitida dos aparelhos elétricos é altíssima. Também há os que defendem o uso exagerado de agrotóxicos nos alimentos, fazendo com que o organismo tenha uma espécie de intoxicação podendo desencadear o autismo.

A fase gestacional é muito estudada, uma vez que traumas podem ocorrer e assim a criança vir com autismo severo, assim como infecções severas, ocasionando o transtorno. Entretanto, vale lembrar que não há pesquisas concretas de causas para isso, somente em como aliviar os sintomas e quais terapias fazer para amenizar os sintomas.

Sintomas do autismo severo: quais são?

Sinais que devemos ficar atentos (Imagem de divulgação).

Ressalta-se três áreas do autismo severo: a falta de comunicação, déficit na linguagem e movimentos estereotipados. Fora estes já conhecidos, alguns sintomas aparecem ainda no primeiro ano de vida, podendo se estender ao longo da vida. Confira abaixo estes sinais:

  • Falta de contato nos olhos, ainda no período de aleitamento (quando isso ocorre);
  • Comportamentos repetitivos de autorregulação, como se balançar em frente à TV ou ficar vendo rodas de carros enquanto eles passam;
  • Dificuldade em alimentação com diferentes texturas e gostos;
  • Não olha para você quando chamado mesmo que esteja preparado para receber o estímulo;
  • Preferem brincar sempre sozinhos, com brinquedos específicos e sem muita função;
  • Desenvolvimento de linguagem tardio ou não ocorrendo;
  • Frustração com coisas simples como encaixe;
  • Bloqueios em lugares com muitas pessoas ou barulho, como shoppings, festas de aniversários;
  • A dificuldade em socialização é muito mais grave, se recusando a ficar perto de pessoas;
  • Agressões logo nos primeiros anos;
  • Automutilação para os casos mais graves;
  • Compulsão por alimentos, rótulos, números, letras.
  • Bater a cabeça na parede. Alguns familiares precisam proteger a própria casa para proteção.
  • Acessos de raiva sem motivo, aumentando os movimentos estereotipados naquele momento.

Predomina no sexo masculino, embora o sexo feminino também entra na contagem. Estima se que no Brasil cerca de dois milhões de pessoas se encaixam no Transtorno do Espectro Autismo, em seus diferentes níveis. Como trabalhar com pessoas autistas é um desafio para equipes multidisciplinar e familiares.

Qual Tratamento para autismo grave?

Os médicos indicam um tratamento que vá diminuir a agitação, ter melhor qualidade de sono, ganhar concentração, além de diminuir crises de ansiedade que geram a automutilação e agressões no autismo. O uso do extrato da cannabis – o canabidiol; ainda é estudado, pois traz efeitos diferentes nas crianças e adolescentes. Para alguns tem sido de ótimo efeito, conseguindo até mesmo a retirada dos anticonvulsivantes. Para outros, o efeito não é tão eficaz.

No entanto, além da medicação, as terapias são de extrema importância para o autista, elencando:

• Terapia Ocupacional com Integração Sensorial: Estudos comprovam entre 56% a 80% dos autistas apresentam defensividade tátil, ou seja, necessitando assim da Integração Sensorial. O profissional qualificado para isso é o Terapeuta Ocupacional.
• Fonoaudiólogo: De extrema importância na comunicação e linguagem. Quando o autista é não verbal o uso de comunicação alternativa é usado e já quando tem linguagem faz o trabalho de melhora na linguagem e processamento.
• Psicólogo: Atuação no comportamento e expressar sentimentos e emoções. Atualmente, a terapia ABA (Applied Behavior Analysis) tem sido utilizada para manejo de comportamento.

Como trabalhar com autismo grave?

Terapia de Integração Sensorial no autismo (Imagem de divulgação).

Trabalhar com o autismo severo é a parte mais complexa, tanto na área de educação quanto de saúde, pois afinal parece não haver um sentido especifico para as demandas. Portanto, as atividades de vida diária (trabalhado pelo Terapeuta Ocupacional) são relevantes para diminuir o trabalho da família. Muitos utilizam fralda, não comem sozinhos.

Descubra na criança ou adolescente quais são os seus gostos, assim facilitará o trabalho e diminuirá a frustração. Estratégias de modulação serão necessária para que a autorregulação aconteça quando entrar em sobrecarga sensorial. Crie um espaço sensorial para esta demanda e também para organização cerebral.

Utilize linguagem objetiva e direta. O autista não entende abstrato, portanto, tudo precisa ser feito de forma clara. Da mesma forma que a linguagem deve ser clara, as atividades devem ter tempo determinado e curto.

Ficou com alguma dúvida sobre o tema? Comente e nos responderemos em breve! Leia também: Autismo Infantil: Causas, características e sintomas.

Susan Scarpelli
Mestranda em Educação. Graduada em Terapia Ocupacional, psicomotricista e especialista em neuropediatria. Além disso, possui Certificação Internacional de Integração Sensorial. É idealizadora e fundadora do Criando Infância.
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