Recursos sensoriais na escola: 3 dúvidas reais respondidas por uma terapeuta ocupacional
Você já se perguntou como os recursos sensoriais na escola podem ajudar no dia a dia escolar? No post de hoje, vou responder três perguntas reais que recebi e que podem ser as mesmas que você tem aí do outro lado. São dúvidas que surgem de quem está na prática, lidando com crianças que demonstram comportamentos sensoriais que interferem na rotina da sala de aula.
A boa notícia é que sim, é possível adaptar o ambiente escolar com estratégias simples e eficazes. E o melhor: respeitando a individualidade de cada criança.
1. O aluno que não larga o lápis: o que fazer?
A primeira pergunta que recebi foi sobre um aluno que insistia em segurar o lápis durante toda a aula — mesmo quando não estava escrevendo. Essa atitude gerava desconforto, tirava o foco e impedia que ele explorasse outras atividades.
Esse comportamento é um sinal de busca sensorial. O lápis pode estar servindo como uma forma de autorregulação — ele sente necessidade de algo nas mãos para se organizar.
Minha sugestão nesse caso foi substituir o lápis por uma pulseira sensorial com textura. Assim, a criança continua com um objeto nas mãos, mas sem prejudicar sua atenção ou limitar sua participação. A mudança foi simples, e o resultado surpreendente: mais foco, menos ansiedade e maior engajamento nas propostas.
2. O estudante que leva tudo à boca
Outra dúvida bastante frequente: “Como lidar com estudantes que levam tudo à boca?”
Esse comportamento é mais comum do que parece — e geralmente está relacionado à busca por estímulos orais. A criança pode estar tentando se organizar internamente por meio da mastigação, da pressão ou da textura de objetos.
Nesse caso, minha recomendação é oferecer alternativas seguras e planejadas, como colares mordedores, canetas com ponta emborrachada ou mesmo alimentos crocantes no momento do lanche.
Mais importante do que proibir, é compreender a função sensorial do comportamento. Quando a gente entende o porquê, conseguimos propor substituições que respeitam o corpo e a necessidade da criança.
3. Uso de tecnologia antes de ir à escola: como afeta?
A terceira pergunta veio de uma professora preocupada com alunos que, antes mesmo de chegar na escola, já passam um bom tempo expostos a telas.
E esse é um ponto importante: a exposição excessiva à tecnologia logo cedo pode desorganizar o sistema nervoso da criança. O corpo ainda não despertou completamente, mas já está sendo bombardeado por estímulos visuais e auditivos intensos.
O ideal seria que as famílias buscassem rotinas mais reguladoras pela manhã, como momentos de silêncio, um café da manhã sem pressa ou atividades motoras leves (como subir escadas, apertar uma bolinha, vestir a própria roupa…). Isso ajuda o cérebro da criança a se organizar antes do dia escolar começar.
Claro, nem sempre conseguimos mudar tudo de imediato. Mas conversar com as famílias sobre isso já é um ótimo começo.
A importância dos recursos sensoriais na escola
Os recursos sensoriais não são modismo. Eles são ferramentas de apoio fundamentais para promover inclusão de verdade. Quando oferecidos de forma planejada, ajudam a reduzir comportamentos desorganizados, favorecem o engajamento nas atividades e respeitam a singularidade de cada criança — especialmente aquelas com TEA ou outros desafios no processamento sensorial.
Se você é professor, terapeuta ou responsável por alguma criança, observe. Nem sempre o que parece “birra” é falta de interesse. Às vezes, é só o corpo pedindo ajuda para se regular.
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