Hipotonia muscular: O que, como identificar, tratamento

Na infância, a hipotonia muscular em bebês é chamada de floppy baby. É uma condição onde o tônus muscular da pessoa é diminuído, onde muitas vezes é resultado de uma doença, distúrbio ou síndrome ou apenas uma condição única e permanente.

O que é hipotonia muscular?

Na hipotonia muscular o tônus é baixo. O tônus é o estado de repouso da musculatura, assim como ajuda a manter a postura do corpo e movimentos. Ela pode ocorrer após falta de oxigênio antes ou depois do nascimento, mas também por causas genéticas ou falhas na formação cerebral.

Crianças com paralisia cerebral, distrofia muscular, miopias congênitas, síndrome de Down, doenças de deposito trazem a hipotonia como comorbidade e precisam de tratamento permanente. Entretanto, sendo uma hipotonia sem histórico de doenças ou síndromes não é uma condição de tratamento permanente, mas que melhora com exercícios físicos específicos, onde se tem o aumento do tônus muscular.

Como identificar hipotonia?

Identificar a hipotonia exige uma série de detalhes a serem observados. Inicia-se com uma amamnese com mãe para saber dados gestacionais, pois pode ter sido dentro do útero que o bebê passou por algum sofrimento e faltou oxigênio ou foi prematuro. Os detalhes do parto também devem ser coletados. Algumas informações relevantes: se o feto se movimentava bastante, se o líquido amniótico era suficiente, se houve ingestão de drogas, etc.

Nas desordens neuromusculares são mais fáceis de serem identificadas. Por isso além de passarem por exames clínicos, passam por exames físicos. O fisioterapeuta, pediatria, terapeuta ocupacional geralmente compõem essa equipe, pois são profissionais que atuam na área do desenvolvimento infantil. Algumas doenças que constantemente apresentam hipotonia são: síndrome de Down, síndrome de Prader-Willi, trissomia 13, doença de Tay-sachs.

Analises laboratoriais são feitas. Por exemplo: quando o indivíduo tem hipotiroidismo pode causar rebaixamento no tônus. Os testes de painel metabólicos podem diagnosticas doenças de armazenamento. Tomografias, teste genético, electromiografia, electroencefalograma, teste de velocidade de condução do nervo são testados também. Sobretudo, quando nada dá alterado, é hipotonia congenital benigna.

No bebê com hipotonia muscular é comum as mães o intitularem de preguiçosos, quando na verdade a hipotonia o impede de conquistar habilidades. O primeiro sinal de alerta é segurar o pescoço, pois ocorre com maior lentidão, bem como todo o seu desenvolvimento se não estimulado de maneira correta por profissionais.

O olhar dos pais é o principal meio de acesso para analisar se há de fato um bebê hipotônico. A partir deles, o pediatra conseguirá encaminhar para os devidos tratamentos. Tratamento medicamentoso não existe para especificamente hipotonia.  

Sintomas da hipotonia muscular

Postura de uma criança com hipotonia muscular (Imagem de ilustração).

Os sintomas mais comuns e encontrados apresentam-se precocemente no recém-nascido e ao longo da infância:

  • Choro fraco.
  • Pobre controle sobre os músculos do pescoço e posteriormente no corpo.
  • Pobre movimentação.
  • Dificuldade de deglutir.
  • Atraso no desenvolvimento motor geral, ou seja, não atinge os marcos de desenvolvimento (rolar com três meses, sentar com apoio aos cinco meses, rastejar com seis meses, engatinhar com oito meses e andar com um ano aproximadamente).
  • Algumas crianças com hipotonia apresentam sialorreia (produção excessiva de saliva), mantendo a boca semi aberta.
  • Entretanto, na infância um pouco mais avançada podem ter dificuldades na escrita, na educação física, caírem com mais facilidade, não manterem postura em sala de aula, e tudo que é desafiador motoramente falando esquivam.
  • Para as demais idade: diminuição de resistência durante atividades do dia a dia e físicas, diminuição de força e tônus muscular, hiperflexibilidade, postura pobre.
  • Andar com base alargada, coluna curvada para frente.
  • Não gosta de alimentos mais duros e difíceis de mastigar.
  • Sentar em “W”.

Tratamento para hipotonia: no bebê e na vida adulta

O tratamento para tal condição é feito por profissionais através de exercícios físicos para tonificar muscular e aumentar força/movimentação. Isso tanto em crianças quanto adultos. Nas crianças o trabalho desenvolvimento por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos iniciam-se o mais precocemente possível e costumam melhorar por volta de três anos de idade. No entanto, as atividades físicas que aumentem tônus muscular (como luta, yoga infantil, atividades de coordenação e planejamento motor, atividades psicomotoras) devem ser continuas, pois é possível analisar a diminuição de força, tônus e postura quando se interrompe tais atividades.

Já na vida adulta, regularmente deve se enfatizar o trabalho com um personal trainer para realização das mesmas atividades infantis: aumento de tônus, força e movimentação, além de alongamentos para melhorar possíveis músculos encurtados por má postura. Outras atividades encaixam-se para os adultos: pilates, yoga, lutas, natação, exercício funcional, corrida.

Ressaltando que exercícios que dependem do seu corpo incisivamente como, por exemplo a corrida é necessário passar por avaliação e acompanhamento do profissional, pois para pessoas com hipotonia muscular o risco de lesão muscular é maior. A massa muscular é um pouco mais difícil de ser adquirida, por isso requer cuidados.

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Susan Scarpelli
Mestranda em Educação. Graduada em Terapia Ocupacional, psicomotricista e especialista em neuropediatria. Além disso, possui Certificação Internacional de Integração Sensorial. É idealizadora e fundadora do Criando Infância.
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